Há uma semana o Piauí inaugurou o busto de Esperança Garcia na sede da Ordem dos Advogados do Piauí (OAB PI), em Teresina, e nesta segunda-feira (13.03.23), celebra os 200 anos da Batalha do Jenipapo, em Campo Maior.
Simbolicamente, há no primeiro momento o resgate da história de uma mulher que foi escravizada, mas que lutou pela sua liberdade, a de seu povo e foi reconhecida nacionalmente como a primeira advogada do Brasil. No segundo momento há a história de um povo que lutou e deu a própria vida pela independência do Brasil. O que as duas histórias possuem em comum é a face lutadora e bravia do piauiense.
A Batalha do Jenipapo, como ficou conhecida, hoje trava uma nova “batalha”: ser reconhecida nacionalmente, aparecer nos livros escolares, ser tema de Enem e desvendar para o próprio Brasil de onde veio parte do seu processo emancipatório. Abaixo o Portal RP50 traça um breve resumo desta história.
A BATALHA
Há 200 anos, os piauienses de Campo Maior travaram uma guerra munidos de foices, facões e outras armas artesanais contra as tropas da Coroa Portuguesa, sob o comando do major Fidié, que tinha por objetivo chegar à Oeiras, à época capital do Piauí.
O intuito das tropas era acabar com os focos revoltosos que pediam a independência do Brasil com relação ao reino de Portugal. De 1.821 a 1.824, o país registrou várias dessas lutas em estados como Piauí, Ceará, Bahia e Maranhão.
Mais de 200 campomaiorenses morreram na batalha e hoje são homenageados como Heróis da Independência. Eles perderam a luta, mas conseguiram enfraquecer as tropas de Fidié, que acabou batendo em retirada com seus soldados.
Hoje (13.03.23), o Portal RP50 acompanhou a encenação da peça que contou com 170 atores, teve duração de meia hora e contou participação do secretário de Cultura, Carlos Anchieta, ex-BBB Gyselle Soares e diversos outros artistas.
Franklin Pires, ator e diretor do espetáculo, conta em entrevista ao RP50 que o foco deste ano de 2023 foi a perspectiva dos moradores que partiram para a batalha, agregando a visão da população ao fato histórico. A peça que está neste ano mais voltada para o musical, trouxe 110 atores da capital piauiense e 60 de Campo maior.
“A preparação de um elenco é sempre ferrenha, ser ator não é brincadeira, então fizemos muito para que saísse um belíssimo espetáculo como vimos hoje. Fui ator deste espetáculo desde a primeira edição e agora como diretor pude dar a minha visão sobre o fato histórico, que evidenciar os anônimos que morreram. Eu acho que em uma guerra só quem perde é o povo, então eu gosto de contar a história dos humildes, dos trabalhadores, que perderam a vida em nome da liberdade”. disse o diretor.
No evento, estudantes de diversos municípios também fizeram presença. “Eu mesma me emocionei. Como estudante sei que é importante relembrar o marco histórico”, disse Ariane Noêmia, aluna da escola estadual Antônio José dos Reis, do município Boqueirão do Piauí. A importância de manter vivo o espetáculo também é a de aproximar os piauienses, sobretudo os mais jovens, com sua própria história e interferência nacional.
O espetáculo aconteceu no Memorial Heróis do Jenipapo, construído em homenagens aos piauienses que pegaram em armas para defender o país. O monumento está localizado na saída de Campo Maior.
VEJA O VÍDEO ABAIXO:
Zilro Carvalho
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