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Teresina - PI
julho 27, 2024 05:10

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Culto a assassinos e massacres escolares corre solto no TikTok

Arte: Rodolfo Almeida

Vídeos que enaltecem atiradores e supremacistas brancos chegam a ter milhões de visualizações no TikTok. O culto a autores de massacres somam mais de 344 milhões de visualizações. A plataforma diz ter regras contra violência, mas algoritmo passou até a recomendar a busca por vídeos de massacres em escolas.

Conteúdos de comunidades que enaltecem autores de massacres no Brasil e em outros países estão viralizando no TikTok, onde esses vídeos chegam a ter milhões de visualizações. Não só esse tipo de material não é moderado pela plataforma, como chega a ser recomendado por seu algoritmo – servindo inclusive imagens gráficas de extremistas exibindo armas, de vítimas ou de suicídio dos atiradores sem qualquer tarja ou alerta.

O site Núcleo Jornalismo que realiza pesquisas sobre redes sociais criou uma conta no TikTok com o objetivo de seguir e acompanhar contas, publicações e hashtags da comunidade para observar também o funcionamento do algoritmo do TikTok. Durante dez.22 e jan.23, foram acompanhados 112 perfis e 36 hashtags. Após a publicação da reportagem, compartilhamos os dados coletados com o TikTok.

Núcleo acompanhou 112 perfis e mais de trinta hashtags dessa comunidade, e calculou que vídeos com culto a autores de massacres somam mais de 344 milhões de visualizações, correndo livres em diversas línguas, como inglês, espanhol, português e russo.

Entre os perfis brasileiros, a reportagem identificou pelo menos 32 deles dedicados ao atirador G. T. Mont., um dos responsáveis pelo massacre em uma escola de Suzano (SP), em 2019.

Algumas das publicações da comunidade — grupos de usuários que produzem e engajam com o mesmo tipo de conteúdo — chegaram até a aparecer na aba de recomendação durante o período de monitoramento.

Vídeos do assassino G. T. atingem 200 mil visualizações em poucos dias no TikTok, e não são moderados. Imagem: monitoramento do Núcleo.

A existência dessa comunidade viola a política de conteúdo da plataforma.

Segundo o item Conteúdo Violento e Explícito das Diretrizes de Comunidade do TikTok, a rede diz não permitir “conteúdo que seja excessivamente macabro, explícito, sádico ou horrendo, ou que promova, normalize ou exalte a violência ou o sofrimento extremo em nossa plataforma”.

No caso dos três assassinos estrangeiros mencionados acima, por exemplo, ao digitar seus nomes no mecanismo de busca da plataforma, é retornada uma mensagem dizendo que o termo informado “pode estar associado a um comportamento de ódio” e que o TikTok está “comprometido em manter a comunidade segura”.

Mas posts, perfis e hashtags sobre eles ainda são tolerados. Usuários apenas adicionam ou removem uma letra do sobrenome dos criminosos para conseguir postar o conteúdo.

Durante o período de monitoramento, foram encontrados pelo menos cinco hashtags sobre os nomes suprimidos, que totalizam 46,4 milhões de visualizações.

“Em termos de jovens, tradicionalmente existe uma relação entre juventude e rebeldia, ser do contra, tentar se identificar com determinados grupos, tribos e subculturas. Isso faz com que esse tipo de indexação de conteúdo facilita por conta de alguns componentes da plataforma que facilitam que esse material seja localizado. É claro que isso já acontecia antes, o problema é a proporção que isso toma no digital”. – Adriana Amaral, do CULTPOP

Posicionamento do TikTok

Sobre a existência de posts enaltecendo atiradores e autores de massacres em sua plataforma, o Núcleo enviou as seguintes perguntas ao TikTok:

  • Há alguma estratégia de moderação específica para lidar com a comunidade?
  • Há moderadores em língua portuguesa treinados para moderar conteúdo violento e extremista?
  • Para além das publicações, por que contas com nomes e/ou apelidos de extremistas, assassinos e supremacistas não foram banidas?
  • Por que hashtags associadas a comunidade não foram completamente banidas?

A plataforma disse que “proíbe conteúdo que promova ou incentive extremismo violento, e remove vídeos que violam nossas Diretrizes da Comunidade a fim de desencorajar comportamentos que prejudiquem a experiência criativa e alegre que as pessoas esperam em nossa plataforma”. E completou dizendo que também incentiva “toda nossa comunidade a denunciar caso veja algo que possa ser ofensivo ou que viole nossas políticas.”

Fonte: Núcleo Jornalismo

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