O Portal RP50 teve acesso a um vídeo que mostra o momento em que mãe reencontra a filha de 27 anos, de iniciais J.S.F., que foi mantida em condição semelhante à escravidão durante 15 anos pela própria prima, a empresária e fisioterapeuta Francisca Danielly Mesquita Medeiros.
O reencontro, registrado nesta terça-feira (23.05.23), em Teresina, só foi possível em razão de denúncias e do trabalho de investigação realizado pela equipe do 6° Distrito Policial, sob o comando do delegado Odilo Sena, da Polícia Civil do Piauí, que resultou na prisão de Danielly.
Extremamente emocionada, a mãe de J.S.F. não se contém e desaba a chorar na delegacia, abraçando fortemente a filha como dando a proteção que não conseguiu durante os 15 anos em que ela ficou mantida em cárcere. No vídeo também é possível notar que a mãe tira a filha de perto da acusada.
J.S.F. viveu dos 12 aos 27 anos na casa da empresária, sendo torturada física e psicologicamente, tendo de cuidar da residência e do filho autista de Danielly sem pagamento ou qualquer tipo de compensação.
Tudo teve início quando J.S.F. teria ido passar o feriado da Semana Santa no Maranhão, oportunidade em que Danielly sequestrou a prima e a trouxe para Teresina, onde a manteve em cárcere durante todo esse tempo. Para manter poder sobre a vítima, a empresária ameaçava até mesmo os familiares de J.S.F.
“Recebemos a denúncia através de uma pessoa próxima a vítima, abrimos o inquérito policial e iniciamos as investigações que chegaram a este caso estarrecedor. Essa jovem desde os 12 anos de idade vivia em cárcere privado, sendo obrigada a realizar todas as tarefas domésticas, onde a dona da casa a mantinha sob constantes ameaças, além das torturas físicas e psicológicas”, relatou o delegado.
Nos depoimentos, durante os últimos 15 anos, foram pouquíssimas as vezes que a jovem tinha autorização para sair de casa. Não era permitido frequentar à escola. Na residência, além dos trabalhos domésticos, também era a responsável pelos cuidados de outra criança, filho da acusada, com autismo.
Ainda de acordo com as investigações, a vítima é natural da zona rural do município de Chapadinha, do Maranhão, onde residia com os pais, veio para Teresina com a promessa de uma vida melhor.
“Os pais da vítima são de baixa renda e possuem poucas instruções. A acusada, que é prima de 2º grau da jovem, trouxe a jovem para capital e, posteriormente, passou esconder informações sobre o paradeiro da moça”, completou Odilo, acrescentando que a família já havia tentado outros meios de resgatar a jovem sem sucesso.
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