Influenciadores e o Jogo do Tigrinho: Advogada detalha riscos criminais

O popular Jogo do Tigrinho, um cassino online que promete grandes prêmios, vem ganhando notoriedade nas redes sociais graças à promoção feita por influenciadores digitais. Porém, esse sucesso virtual está na mira das autoridades, que classificam a atividade como jogo de azar, um crime de menor potencial ofensivo segundo a Lei das Contravenções Penais.

A advogada Liana Aragão explica a razão do Jogo do Tigrinho ser classificado como irregular. “O Jogo do Tigrinho é oferecido em plataformas clandestinas, que não são auditadas, ao contrário das apostas legalizadas conhecidas como BITS, regulamentadas pelas leis 13.756 e 14.790. Além disso, esses jogos ilegais podem gerar diversos problemas, tanto para os jogadores quanto para aqueles que os promovem”, afirma a advogada.

Os influenciadores que divulgam o Jogo do Tigrinho podem ser responsabilizados tanto civil quanto criminalmente. As possíveis acusações incluem crimes contra a relação de consumo e contra o consumidor, crimes contra a economia popular, propaganda enganosa, sonegação fiscal, estelionato, organização criminosa e lavagem de dinheiro. Esses influenciadores utilizam suas redes sociais para atrair jogadores, prometendo grandes prêmios. No entanto, as autoridades alertam que essas promessas são ilusórias e muitas pessoas estão caindo nessa armadilha.

No último domingo, o programa Fantástico exibiu uma reportagem sobre o caso de Maria das Graças, uma vítima do Jogo do Tigrinho. Ela relata que foi influenciada por uma blogueira famosa, Paulinha Ferreira, a se cadastrar no jogo. “Ela falou que estava jogando e ganhando muito dinheiro, e que quem se cadastrasse no link poderia ganhar também. Eu acreditei e me cadastrei”, conta Maria das Graças.

Porém, ao contrário das promessas, Maria perdeu dinheiro e só então percebeu que estava sendo enganada.

Paulinha Ferreira e outros influenciadores fazem propaganda fraudulenta do jogo, mostrando ganhos altos em pouco tempo para atrair mais jogadores. A polícia está atenta a esses casos e vem investigando a atuação dos influenciadores no que é um esquema bem orquestrado de propaganda enganosa.

Para muitos, como Maria, o dano já foi feito. “Falar disso dói muito, porque a minha família não sabe o que aconteceu. Parece uma brincadeira, mas você perde dinheiro e nem percebe”, desabafa.

As autoridades continuam a monitorar e agir contra essas plataformas clandestinas, buscando responsabilizar tanto os organizadores dos jogos quanto os influenciadores que os promovem. É importante que os usuários das redes sociais estejam atentos e não se deixem enganar por promessas de ganhos fáceis, que na maioria das vezes acabam em prejuízos financeiros.