O Instituto de Medicina Legal (IML) de Teresina concluiu nesta terça-feira (12) a etapa de entrevistas para a elaboração do perfil psicológico de Francisco de Assis Pereira Costa, apontado como mentor intelectual do envenenamento de oito pessoas em Parnaíba. O exame foi determinado pela Justiça após pedido da defesa, que alegou possível insanidade mental.

Segundo o perito-geral da Polícia Civil do Piauí, Antônio Nunes, além de Francisco de Assis, foram ouvidas quatro pessoas próximas: duas enteadas, a esposa e um irmão. “Encerramos as oitivas hoje. Agora vamos traçar o perfil, fazer a avaliação psicopatológica e discutir o caso para chegar a uma conclusão. A partir disso, o juiz decidirá se ele é imputável, semi-imputável ou inimputável”, explicou.

A perícia tem prazo de 45 dias para ser entregue, mas o laudo deve sair antes por se tratar de réu preso. Se for considerado inimputável, Francisco poderá ser submetido a medida de segurança, como internação em manicômio judiciário, tratamento em CAPS com supervisão familiar ou internação temporária, conforme decisão judicial. Caso seja considerado imputável, responderá ao processo normalmente.

Durante a avaliação, a equipe analisou aspectos da infância, adolescência e vida adulta do acusado, histórico de comportamento dentro de casa, eventuais episódios de agressividade, maus-tratos a animais, além de possíveis sintomas como alucinações ou delírios. “Buscamos identificar fatores que possam indicar transtornos mentais, ouvindo tanto o investigado quanto familiares próximos”, acrescentou o perito.

A audiência de instrução e julgamento, que estava marcada para este mês, foi adiada para 5 de setembro, quando deve ser apresentado o laudo do IML.