O Departamento de Repressão às Ações Criminosas Organizadas (DRACO) concluiu, na última quinta-feira (03), as investigações da Operação Faixa Rosa, deflagrada em abril deste ano para desarticular um grupo criminoso composto, principalmente, por influenciadoras digitais. Ao final do inquérito, 19 pessoas foram indiciadas por organização criminosa e apologia ao crime, sendo que 18 seguem presas e uma está foragida.
Durante a investigação, a Polícia Civil reuniu material que mostra a atuação das investigadas nas redes sociais, onde exibiam armas, ostentavam drogas e incitavam a violência. Parte desse conteúdo inclui áudios em que as suspeitas planejam crimes e discutem a estrutura interna da facção.
Em uma das gravações, Layla Moura dos Santos Feitosa aparece organizando informações: “Cadê, tu fez foi o reels dele? Manda aí”. Em outro trecho, Eryka Carollyne comenta sobre rivais: “Aí, mais três safados aí”. Ainda na conversa, Layla questiona: “Esse bicho aí mora onde?”, e recebe como resposta: “Cidade Nova, duas ruas 22, casa 242”, detalhando o possível endereço de desafetos.
Os áudios mostram também tentativas de recrutamento e doutrinação. Em mensagem enviada por Paula Moura dos Santos, conhecida como Palhacinha, ela orienta: “Se a Ana Azevedo quiser também, todo mundo dá uma forcinha pra ela. Pra nossa irmã aprender com a gente o dia a dia e a ética do crime”.
Já em outro diálogo, Ivana Azevedo Alves, que usa o nome de Ana Azevedo, rebate: “Em momento nenhum eu vim aqui falar nada pra vocês não. Tentei resolver com ela, porque quem me deve é ela, não é nenhuma de vocês. Eu só iria levar ela pra internet porque sou pessoa pública e blogueira”.
Em outro áudio, uma mulher não identificada reforça a lógica do crime: “Certo é o certo, né? A gente se fechar, porque a organização não vai resolver a vida de ninguém. A organização é pra matar alemão, pra ganhar dinheiro, progresso parceiro”.
Além das conversas, o DRACO localizou documentos internos da facção contendo cadastros com nomes verdadeiros, apelidos,
endereço e função dentro do grupo. Os registros determinavam atualização obrigatória de dados em caso de mudança de bairro ou de cidade.
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