Faleceu na madrugada desta quarta-feira (4), aos 92 anos, a renomada arqueóloga Niède Guidon, responsável por transformar a compreensão sobre o homem pré-histórico nas Américas. Natural de Jaú, no interior de São Paulo, Niède foi pioneira ao defender, com base em evidências arqueológicas, que a ocupação humana no continente pode ter ocorrido há mais de 50 mil anos — muito antes do que se acreditava.
Graduada em História pela Universidade de São Paulo (USP), com especialização em Arqueologia Pré-histórica e Arte Rupestre pela Universidade Paris 1 Panthéon-Sorbonne, na França, ela dedicou a maior parte de sua vida à pesquisa e à preservação do patrimônio arqueológico brasileiro. Em 1978, chegou ao Piauí com outros pesquisadores e solicitou ao governo a criação de uma área protegida na região da Serra da Capivara, onde se dedicou intensamente ao trabalho científico e à conservação do Parque Nacional da Serra da Capivara, hoje reconhecido como Patrimônio Mundial pela Unesco.
Niède Guidon foi responsável por importantes descobertas de sítios arqueológicos com arte rupestre e utensílios pré-históricos que desafiaram as teorias tradicionais sobre a chegada dos primeiros humanos às Américas. Sua trajetória firme, marcada por enfrentamentos e persistência, fez dela uma das maiores referências da arqueologia mundial e símbolo da ciência brasileira. Seu legado permanece vivo na história, na ciência e na preservação cultural do país.
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