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Teresina - PI
novembro 23, 2024 17:42

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O tráfico internacional estaria de olho no Piauí ?

Em dezembro de 2019, a Polícia Civil do Piauí apreendeu um avião, um helicóptero, uma tonelada de cocaína, R$ 12 mil e prendeu 7 pessoas em 2 hotéis e quitinete na zona Norte de Teresina.

Aquela foi a maior apreensão de cocaína já registrada no Estado, segundo o secretário de Segurança da época, capitão Fábio Abreu. As aeronaves foram localizadas em Timon (MA). Para Abreu, os traficantes pretendiam lucrar em torno de R$ 25 milhões com a cocaína.

Segundo Cadena Jr, chefe da DEPRE à época, a cocaína teria chegado ao Piauí vindo da Bahia, seria enviada a Fortaleza, no Ceará, e de lá remetida para a Europa.

Corta pra 2023. Em 14 de janeiro, o avião Cessna 206, matrícula PT-DQF foi roubado do hangar do Clube de Ultraleves do Piauí. Ele é avaliado em R$ 2 milhões e pertence a um médico conhecido na cidade. 10 dias depois, policiais do antigo GRECO, atual DRACO, conseguiram localizar o Cessna, já adulterado, em Mato Grosso após uma pane seca, ocasionada pela falta de combustível. O serviço de inteligência havia rastreado postos de combustível para evitar o abastecimento do monomotor.

Nesta quinta-feira (16.03.23), 22 pessoas foram presas suspeitas de participar do roubo e 31 mandados de busca e apreensão cumpridos. Só em Teresina foram 8 presos.

O coordenador do DRACO, delegado Charles Pessoa, informou que 4 núcleos, nos Estados do Piauí, Maranhão, Pernambuco e Mato Grosso, articularam o roubo do Cessna. O filho do piloto do avião é um dos presos. Ele é um dos principais suspeitos e teria repassado detalhes sobre o avião aos bandidos. Seu pai não teve envolvimento e ficou chocado.

Ainda segundo Charles, o monomotor seria usado por narcotraficantes bolivianos, ou seja, para um cartel do tráfico internacional com base na Bolívia.

O núcleo do Piauí agenciou pessoas para o roubo; o do Maranhão adulterou a aeronave e armou os criminosos. O núcleo recebeu a aeronave e faria com que ela chegasse à Bolívia, enquanto o de Pernambuco alugou o carro usado no crime.

Não há qualquer evidência nas investigações disso, mas sabe-se que a facção criminosa de São Paulo, PCC, aliou-se à Bolívia há cerca de 8 anos num acordo em que a Bolívia produz a cocaína e o PCC exporta. A Bolívia, segundo o Ministério Público, é a maior produtora de cocaína atualmente.

O PCC tem presença no Piauí. Mas como dissemos, não há evidências até o momento de participação do PCC nesse caso. Ainda que o Cessna roubado aqui fosse ser usado por traficantes bolivianos.


Fato é que por duas vezes o tráfico internacional sondou o Piauí e nas duas vezes foi interceptado pelas forças de Segurança do Estado.

Redação RP50

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Roubados e Perdidos

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