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Teresina - PI
julho 27, 2024 04:03

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78 piauienses são resgatados de trabalho análogo à escravidão no estado de Goiás

Uma operação deflagrada pelo Ministério Público do Trabalho de Goiás foi realizada no período de 07 a 16 de fevereiro para combater o trabalho análogo à escravidão. Durante a operação foram encontrados 152 trabalhadores em condições degradantes, 78 deles eram piauienses. O caso ocorreu no município de Acreúna, no estado de Goiás.

A maior parte dos trabalhadores é nordestina. 139 trabalhadores foram contratados nos estados de Piauí, Bahia, Maranhão e Pernambuco por meio dos chamados “gatos”, que são aliciadores de mão-de-obra. Com a promessa de que receberiam salários por produção, o que poderia render de R$ 2 mil a R$ 5 mil mensais. Mas na verdade, ganhavam apenas o valor correspondente a uma diária, além de terem de pagar pela alimentação e pelas passagens dos ônibus que os trouxeram de outros estados.

Alojamento de trabalhadores resgatados no plantio de cana-de-açúcar

Os trabalhadores não recebiam 13º e férias corretamente. O Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) não era devidamente recolhido. Alguns sequer tinham condições de retornar para seus locais de origem. Nos alojamentos não havia roupas de cama, armários ou locais adequados para preparo e tomada de refeições. Devido à falta de dinheiro, alguns cozinhavam em fogões à lenha.

Não eram fornecidos equipamentos de proteção individual, ferramentas e instalações sanitárias nas frentes de trabalho. O transporte da cidade para o campo era feito em ônibus em condições inadequadas, o que chegou a provocar um acidente, devido ao estouro de um pneu.

Resolução da situação:

A empresa que terceirizou o plantio da cana assumiu a responsabilidade pelos trabalhadores e efetuou o pagamento da verbas rescisórias, no valor de R$ 877 mil. Pagou também R$ 283 mil por danos morais individuais. Foi pago ainda, a título de dano moral coletivo, R$ 315 mil, que será destinado, pelo MPT-GO, a instituições sociais de Acreúna e de outras cidades goianas. A empresa se comprometeu, por meio de um Termo de Ajuste de Conduta (TAC) firmado com o MPT, a regularizar uma série de problemas.

Outro caso de trabalho análogo à escravidão: Fábrica de ração

Outra situação degradante de trabalho foi flagrada em uma fábrica de ração animal no mesmo município. 13 trabalhadoras foram resgatados em condições de extrema precariedade.

As pessoas dormiam no chão, utilizando pedaços de espumas e em meio a muito lixo. Todos estavam sem registro e não recebiam salários regularmente. Havia risco de acidentes e doenças do trabalho.

Alojamento de trabalhadores resgatados em fábrica de ração para animais

Medidas tomadas

Os 13 resgatados receberão as verbas rescisórias (R$ 52 mil) de forma parcelada (duas vezes). Ficou acordado também, por meio de TAC, que serão pagos valores por danos morais individuais (R$ 3,9 mil) e coletivos (R$ 10 mil). Os alojamentos e a fábrica foram interditados.

O que é o trabalho análogo ao escravo e como denunciar:

De acordo com o artigo 149 do Código Penal brasileiro, trabalho análogo ao escravo é aquele em que pessoas são submetidos a qualquer uma das seguintes condições: trabalhos forçados; jornadas tão intensas ao ponto de causarem danos físicos; condições degradantes no meio ambiente de trabalho; ou restrição de locomoção em razão de dívida contraída com o empregador. É crime e pode gerar multa, com pena de até oito anos de prisão.

Para registar uma denúncia, estão disponíveis os seguintes canais:

* Ministério Público do Trabalho: site (mpt.mp.br) ou aplicativo (MPT Pardal); se o caso for no Piauí, o endereço é https://www.prt22.mpt.mp.br/.

Redação RP50, com informações do MPT-GO

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